quarta-feira, 8 de junho de 2011

BERNARDO DOS OLHOS DE SOL - UM CONTO DE BELLOTO




Domingo passado estivemos no Conde Wlad Rock Bar em um sarau organizado pelo Akira Yamasaki em Tributo ao nosso amigo Cézar Augusto, o Cézar Baiano. No blog da  Casa Amarela escrevi um texto onde digo que o conheci em 1996. É verdade. Cézar me encantou tanto enquanto pessoa que tornou-se um dos personagens de Belloto. O interessante é que agora, às 7h39 da manhã de 08 de junho, ao rever o texto, percebo que o escrevi em Setembro de 96, antes mesmo de "Rendez-vous Revisitado" - mas, na cronologia da saga, "Bernardo" vem depois de "Rendez Vous".
Em "Bernardo", Belloto retorna a Espheras - sua cidade natal - e reencontra amigos e amores que deixou antes de partir para São Paulo: Duran, Vicente, Lúbio, e as irmãs Inês e Clara, seu grande amor de Espheras. Ele também encontra o novo padre da cidade, o padre Igor, outrora sacristão.
Inês e Clara cuidam do hospital infantil da cidade, com casos de violência doméstica e deficiências físicas e mentais.Entre estas crianças, está Bernardo, um garoto que quatro anos que o pai o cegou utilizando um produto químico que deixou seus olhos amarelados. De dia, a luz do sol reflete em seus olhos cegos e ofusca a vista de quem o olha. Duran tornou-se o que era antes: um bom vivant; Lúbio é o novo sacristão e Vicente, insano, está internado no hospital, com alguns momentos de lucidez. Esta volta de Belloto a Espheras revela segredos e sugere mistérios. um conto repleto de crimes e com, pelo menos, dois milagres e uma conversão. Redentor.
Me inspirou o conto a convivência com duas amigas de Poá - Selma e Lindi, aquele abraço! - as discussões sobre cultura e arte com Cézar e as aventuras donjuanescas que eu e Roberto C. Santhos tinhámos tentando conquistar as bealdades de Poá. Histórias loucas aconteceram, mas elas não estão em "Bernardo". Talvez eu as relate em breve, em outro lugar.

Ao folhea-lo esta manhã, senti necessidade de ler coisas que li aos 15, 16 anos. De lá pra cá, eu li muita coisa boa, excelente e inesquecível. Mas, de alguma forma, eu bem sei que o que movimenta minha arte chegou na minha vida antes dos meus 20 anos. O que chegou depois me amadureceu, mas não me moldou.
Pensando assim, preciso reler:

Contos de terror, de imaginação e de morte - Edgar Allan Poe
Nas Galerias, e outros contos - Franz Kafka
Batman: asilo Arkham - Grant Morrison/Dave MacKean
Memórias do medo - Edla Van Steen

Acredito que estas leituras me influenciaram de alguma forma nesta época na composição desta história. No mais, bom mesmo seria conversar com Cézar Baiano sobre estes livros e comentar sua participação como ator imaginário interpretando Vicente, um louco sábio. E, diga-se de passagem, de louco e sábio o Cézar tem de tudo um pouco. Inclusive no nome.

Abraços, meu amigo!

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